Mercado externo
– A situação tensa na Ucrânia e a elevação das sanções contra a Rússia
seguem gerando pânico global.
– Os importadores precisam alterar a fonte de fornecimento de commodities (Rússia e Ucrânia) e isso cria uma procura adicional em mercados das Américas.
– Esse movimento internacional encontrou uma certa acomodação com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) desta semana.
– O USDA cortou discretamente as exportações de milho da Ucrânia e de trigo
da Rússia, e o mercado entendeu que esse corte ainda mantém o mercado internacional sem problemas de abastecimento.
– Há forte acomodação nos preços do trigo com reflexos em alguma acomodação no milho. Contudo, as limitações de compra de trigo na Rússia devido às sanções e de milho na Ucrânia pela guerra mantêm os mercados tensos.
– O USDA reduziu em quase 3 milhões de toneladas os estoques norte-americanos de milho, diante da maior exportação e demanda para etanol.
– Agora, o foco é a continuidade da guerra, busca por alternativas de abastecimento global e relatório de intenção de plantio do USDA no próximo dia 31, que poderá trazer surpresas.
Mercado interno
– A crise global chegou ao Brasil. A tentativa dos importadores em substituir a Ucrânia como fornecedor de milho, pelo menos de curto prazo, criou uma demanda adicional na exportação brasileira.
– O que parecia apenas um surto comprador tornou-se uma demanda inesperada para o Brasil em pleno primeiro semestre e já levou 1,2 milhão de toneladas para embarques de curto prazo na exportação.
– Um quadro que já era justo agora se tornou delicado. O setor consumidor está tentando não competir com a exportação, pode estar perdendo lotes importantes e um caminho difícil até a entrada da safrinha.
– A safrinha apresentou boas chuvas no Paraguai e no extremo oeste do Paraná, mas tem fortes deficiências em outras regiões desse estado e em Mato Grosso do Sul, principalmente. O risco agora é uma situação de exportação seguindo forte e um quadro climático com problemas em abril e maio.
– Os negócios na semana nos portos registraram saca de R$ 109 a R$ 113, absorvendo volumes importantes para o abastecimento interno.
– Se essa demanda de exportação seguir, naturalmente o impacto para o preço
do milho seguirá sendo de alta.
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