Levantamento anual sobre a doença greening (huanglongbing/HLB), uma das principais dos pomares de laranja, indica que a incidência média subiu de 22,37%, em 2021, para 24,42% (aproximadamente 48,67 milhões de árvores doentes) este ano em todo cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro. O estudo é do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que informa que se trata do quinto ano consecutivo de crescimento da incidência da doença no cinturão citrícola.
Conforme o Fundecitrus, a situação exige mais esforço dos citricultores para o controle mais eficaz. Nas regiões de Brotas, Limeira e Porto Ferreira, no interior paulista, onde a incidência já era alta nos anos anteriores, o greening avançou a níveis ainda mais preocupantes, com 49,41%, 70,72% e 74,05% respectivamente.
“Estamos vendo a doença crescer em uma velocidade que preocupa. Porém, ao mesmo tempo, os resultados obtidos em propriedades de regiões que registraram queda ou estabilização da doença reforçam a nossa confiança que as medidas de combate ao greening são eficazes. Esse sempre foi o caminho e sempre será, até que consigamos chegar a plantas resistentes à doença. Porém, precisamos de mais esforços”, informou em nota o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres.
Nas regiões de Avaré e Duartina, também em SP, as incidências estão acima da média do cinturão, com 31,80% e 25,37%, respectivamente. Entretanto, observou-se uma redução do progresso da doença nessas duas regiões em relação aos anos anteriores. Nas regiões de Altinópolis e Bebedouro as incidências observadas continuam abaixo da média do cinturão, com 15,96% e 7,43%, respectivamente. O ponto negativo foi o aumento expressivo da incidência nas regiões de São José do Rio Preto (de 5,32% para 14,50%) e Itapetininga (de 4,25% para 7,15%), regiões que apresentavam baixas incidências nos anos anteriores.
Positivamente, na região de Matão, a incidência vem diminuindo nos últimos seis anos (8,90%) e nas regiões do Triângulo Mineiro e Votuporanga, as incidências permanecem baixíssimas (menos de 0,1%). De acordo com o levantamento, vários aspectos estruturais e conjunturais contribuíram para o aumento da disseminação do greening em laranjas. Na maioria das regiões, além do clima favorável, existe uma alta densidade de pomares e grande número de médias e pequenas propriedades, dificultando a coordenação das ações conjuntas do manejo regional da doença.
Além disso, o mais importante é que em grande parte dos pomares em produção, as árvores doentes não estão sendo eliminadas e o controle do psilídeo (inseto vetor da bactéria Candidatus Liberibacter spp., que causa o greening) tem sido inadequado. Pulverizações ineficientes também têm contribuído para o crescimento do índice.
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