De produto secundário, coadjuvante da soja, com baixa remuneração, o milho vem se credenciando como protagonista no cenário agropecuário do Centro-Oeste. A demanda externa pelo grão, com recorde na exportação no ano passado, e o aquecimento do mercado de carnes, que é o principal consumidor do insumo, vêm ajudando na alta de preços da commodity agrícola.
No entanto, mais um sério concorrente pelo grão desponta na região, garantindo, pelo menos por enquanto, a firmeza de preços: as usinas de etanol de milho, instaladas sobretudo em Mato Grosso.
De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado nesta semana, projeta um incremento de 36,2% na demanda por parte dessas usinas no intervalo de apenas um ano. A estimativa é de que o esmagamento de milho para produção de etanol consuma 6 milhões de toneladas no ciclo 2019/2020, ante 4,4 milhões de toneladas 2018/2019. Caso a segunda safra repita o desempenho do ano passado, de perto de 32 milhões de toneladas, o segmento estará consumindo 18,8% de todo o milho produzido em Mato Grosso.
Etanol de milho
A demanda é puxada pela expansão do número de usinas em operação. Em maio de 2019, a União Nacional do Etanol de Milho contabilizava o funcionamento de 10 unidades em todo o Brasil, entre flex (processamento de milho e de cana) e full (uso exclusivo do milho como matéria-prima). Porém, os dados mais recentes (10 meses depois) já mostram 15 plantas ativas em 2020 (gerando perto de 2,7 bilhões de litros de etanol de milho/ano) representando, segundo a entidade, 8% de todo o etanol do país.
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