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Brasil abre as portas da tecnologia de etanol para a Índia

Brasil abre as portas da tecnologia de etanol para a Índia

O regime de chuvas da Índia, dependente das monções, será determinante para garantir que o país consiga alcançar o E20, objetivo de incorporar 20% de etanol na gasolina até 2025, afirmam representantes do setor sucroenergético do país.

Em contrapartida, a parceria com o Brasil alimenta esperanças de que a meta seja atingida até antes do prazo, garantiram o presidente da Associação Indiana das Usinas de Açúcar (Isma), Aditya Jhunjhunwala, e o diretor-executivo da Associação dos Fabricantes dos Automóveis Indianos (Siam), Prashnat Kumar Banerjee.

Eles estiveram no Brasil na última semana em uma comitiva, a convite da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), para conhecer o funcionamento de usinas de etanol e fábricas montadoras com tecnologia para veículos híbrido-flex.
Parceria

Embora seja o segundo maior produtor de açúcar do mundo, o país asiático ainda é incipiente na produção de etanol e não consegue converter parte considerável da cana-de-açúcar em biocombustível por defasagens tecnológicas. Desde 2019, a parceria com a Unica visa a fomentar o uso do biocombustível e a redução das emissões de carbono na atmosfera.

“Na Índia não chove tanto quanto no Brasil, então dependemos das monções. Esperamos ter monções boas por muitos anos que possibilitem o fornecimento de etanol. Essa é uma grande questão”, disse Banerjee.

Na avaliação de Aditya Jhunjhunwala, a colaboração com o Brasil tende a ajudar nesse processo. “Os brasileiros foram muito transparentes na discussão, estão nos dizendo que problemas enfrentam e o que devemos fazer nesse tipo de situação. Assim, podemos pensar de antemão em soluções para alcançar o E20”, ressaltou o presidente da Isma.
Meta

Na atual temporada, a Índia produziu cerca de 40 milhões de toneladas de açúcar a partir da cana e direcionou 22.5 milhões de toneladas para o mercado interno. No início deste mês, o país atingiu, cinco meses antes do prazo, a meta E10, que visava a incorporar 10% de etanol à mistura da gasolina.

Assim, 3.4 milhões de toneladas do adoçante foram convertidas na produção do biocombustível. Com a meta E20, a Isma estima que pelo menos 4.5 milhões de toneladas de açúcar sejam direcionadas à produção de etanol na atual temporada 2022/23.

Enquanto a Índia persegue a meta de dobrar o percentual de etanol incorporado à gasolina em três anos, desde 2015 o percentual obrigatório no Brasil é de 27%.

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